
O Salmo responsorial
18/01/2013 23:43
O Salmo responsorial
A Palavra de Deus. - As leituras e o Salmo responsorial sejam bíblicas (cf. n. 57). Portanto, não podem ser substituídos por outros textos por mais nobres que eles sejam. O Salmo responsorial faz parte da celebração da Palavra de Deus. É como que mais uma leitura em forma de salmo.
Função: Para a liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido cantado como prolongamento meditativo da Palavra proclamada. Ele reaviva o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e fidelidade.
O canto do Próprio da Missa. - Existe hoje a tendência de se cantar na Missa e não a Missa. Vêem-se shows ou espetáculos paralelos ao mistério celebrado. Canta-se qualquer coisa em qualquer momento. A música, em particular, o canto faz parte da celebração. Costuma ser de toda a assembléia. O canto está a serviço da vivência do momento da celebração e do mistério celebrado. Temos três tipos de canto na Missa: O diálogo do Ordinário entre o Presidente e a assembléia; as partes do Comum (fixas) da Missa: Senhor, Glória, Creio, Santo e Cordeiro; e o Próprio: Entrada, Salmo responsorial, Aclamação; Canto de oferendas, Canto da Comunhão e Canto de louvor e agradecimento. Um canto de entrada é diferente do canto de Comunhão e um canto de Páscoa difere de um canto de Quaresma.
Se estes cantos do Próprio com seu salmo, não forem tomados do Gradual Romano ou do Gradual Simples, podem ser outros adequados, cujo texto deve ser aprovado pela Conferência dos Bispos: "Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os ministros, começa o canto da entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros" (n. 47).
"O canto é executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de cantores. Pode-se usar a antífona com seu salmo, do Gradual Romano ou do Gradual Simples, ou então outro canto condizente com a ação sagrada e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência dos Bispos"(n. 48a).
O Glória e o Cordeiro de Deus. - Há uma proibição explícita de se substituir o texto do hino do Glória por outro (cf. n. 41). Acontece o mesmo com o Cordeiro de Deus (cf. n. 366). Esta substituição tornou-se costume que se espalhou por alguns países.
Trata-se de um venerável hino de louvor à Santíssima Trindade, com caráter cristológico e pascal. Por isso, não pode ser substituído por um simples canto de glória.
Há muito vínhamos insistindo que não se substituísse o Glória por "glorinhas", meras aclamações trinitárias, ou outro canto de glória como se começou a chamar este canto. O Glória, como o Cordeiro de Deus fazem parte do Ordinário da Missa. O que se diz aqui do Glória e do Cordeiro de Deus vale "a fortiori" do Santo.
O "Aleluia" com valor em si mesmo. - O Aleluia antes da proclamação do Evangelho vinha sendo considerado sobretudo como aclamação ao Evangelho. Curiosamente se diz que "após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto" (cf. n. 62). Portanto, pela explicação dada, não existe uma sincronia entre o tempo em que o diácono ou presbítero que vai proclamar o Evangelho, indo do altar até o ambão e o canto do Aleluia ou outra aclamação com seu versículo.
Daí se compreende por que, ao tratar da Seqüência, se diz que primeiro se canta o Aleluia e depois se segue a Seqüência: "A seqüência que, exceto nos dias da Páscoa e de Pentecostes, é facultativa, é cantada após o Aleluia" (n. 64).
Se não for cantado, o Aleluia ou Verso antes do Evangelho pode ser omitido (cf. n. 63c).
3. Canto das oferendas. - O Missal não apresenta um canto de apresentação das oferendas, como para a entrada e a Comunhão. Poderá, porém, haver um canto "se houver procissão dos dons" (n. 139). Parece, pois, que só tem sentido haver um canto quando houver procissão das oferendas.
4. Aclamação. - "Contudo, se não houver canto ao ofertório ou não houver música de fundo do órgão, na apresentação do pão e do vinho, o sacerdote pode proferir em voz alta as fórmulas de bendição, respondendo o povo: Bendito seja Deus para sempre" (n.
Nada mais sem graça e indigesto do que uma celebração robô, um “enlatado” litúrgico sem rosto da comunidade que celebra, sem raiz nos acontecimentos que marcam a sua vida, sem atualidade, fora do tempo e do espaço. Ao tentar agradar a todos, termina sendo de ninguém. Pelo contrário, onde se tem experiência de uma celebração significativa há sempre por traz uma equipe de celebração capaz de encontrar, com a assembléia por ela animada, o seu próprio estilo. Mas, para chegar a esse ponto, não basta a personalidade de quem preside, a qualidade do cantor, a competência dos instrumentistas, a riqueza de um repertório ou escolha acertada dos cantos. É preciso, sobretudo, profunda harmonia entre aquele que preside, os demais ministros, os animadores do canto, os instrumentistas e o povo. ( MLB nº 185)
Que coisa, mais que o canto em uníssono, o canto harmonioso, ora suave ora forte, acompanhados dos toques e sons sugestivos de instrumentos e realçado pela força comunicativa da dança, poderá nos transportar a esses mundos recônditos e nos fazer experimentar juntos o invisível e o inefável? (MLB nº 191.
Trata-se, portanto, de uma arte essencialmente funcional, vale dizer: trata-se de música ritual. (MLB nº 193).
Foi essa compreensão original que o Concílio Vaticano II veio resgatar, quando, ao falar de Música Sacra, a definiu como parte integrante da liturgia, e acrescentou que será tanto mais sacra,quanto mais intimamente estivar ligada à ação litúrgica. Assim compreendida, a Música litúrgica não pode ser tomada apenas como adorno ou acessório facultativo da celebração cristã da fé. (MLB nº 194).
Função ministerial da música litúrgica
Definida esta exigência essencial da funcionalidade da Música, Litúrgica, nada mais natural que dar boas-vindas a qualquer gênero de música, desde que:
Esteja intimamente ligada á ação litúrgica a ser realizada, quer exprimindo mais suavemente a oração, quer favorecendo a unanimidade, quer, enfim, dando maior solenidade aos ritos sagrados; 43.
- Não usem melodias que já revestiram outros textos não-litúrgicos;
- Respeitem a sensibilidade religiosa do nosso povo;
- Empregue, de maneira equilibrada e acertada, as tenacidades melódicas e rítmicas da folcmúsica brasileira, evitando qualquer abuso de rítimos que possam empobrecer a música, e até torna-la exótica para nossas assembléias;44.
- Seja adequada ao tipo de celebração na qual será executada;
- Leve em conta o tempo do ano litúrgico;
- Esteja em sintonia com os textos bíblicos de cada celebração, especialmente com o Evangelho, no que diz respeito ao canto de comunhão;
- Esteja de acordo com o tipo de gesto ritual;
- Expresse o mistério vivido de determinada comunidade, vivendo intensamente a luta, a perseguição, o martírio, a pobreza;
- Tenha um texto bíblico ou inspirado na Bíblia, como também uma linguagem poética e simbólica e um caráter orante, permitindo o diálogo entre Deus e o povo;
- Se expresse na linguagem verbal e musical, no “Jeito” da cultura do povo local, possibilitando uma participação consciente, ativa e bonita, com é bonito um por-do-sol, um olhar de criança...45.
A música instrumental também tem vez
A linguagem musical dos instrumentos tem seu lugar e importância na celebração da fé, não somente enquanto acompanha, sustenta e dá realce ao canto, que é sua função principal,mas também por si mesma, ao proporcionar ricos momentos de prazerosa quietude e profunda interiorização ao longo das celebrações, proporcionando-lhes assim maior densidade espiritual. (MLB nº 205).
Com a compreensão que temos hoje de que a celebração dos mistérios da Fé é função de todo o povo de Deus e se processa num rico diálogo entre os ministros e assembléia, diálogo que tem no canto o seu momento mais expressivo, podemos imaginar a importância desse ministério. Cabe, então, ao animador ou animadora de canto:
· Orientar a escolha dos cantos a ser cantados na celebração;
· Dosar o repertório, promovendo o equilíbrio entre tradição e novidade, repetição e variedade, de modo que mantenha a assembléia ao mesmo tempo, segura ao cantar os cantos da sua tradição e contente em poder renovar o seu repertório.
· Animar o canto da assembléia, de modo que a faça vibrar em uníssono ao cantar estribilhos e refrões ou hinos, ao responder, ou aclamar, com prazer a proclamação das Escrituras, e ainda levá-la a sintonizar profundamente com a Oração Eucarística, dela participando mediante aclamações, sobretudo o “Santo”;
(MLB nº 247).
Orientações para os ensaios de canto: 60
· Nunca dizer que tal canto ou qual canto é difícil ou feio, já predispondo negativamente a assembléia;
· Sempre fazer brevíssima introdução, antes de iniciar o canto, destacando o que há de mais importante em sua letra, sua função litúrgica, cuidados que talvez se deva ter;
· Iniciar o ensaio pedindo à assembléia que, enquanto se canta, ela acompanha silenciosamente, escutando bem a melodia e lendo o texto.
· Se for mulher, entoe o canto no tom mais agudo que normalmente as mulheres podem alcançar;
· Se for homem, entoe o canto em tom mais grave que normalmente os homens conseguem alcançar;
· Quando estiver cantando, não deverá dar muito volume à voz;
· No ensaio, deve sempre cantar até três vezes sozinho, antes de pedir que a assembléia o acompanhe, (levando em conta o tempo disponível para o ensaio);
· Quando a comunidade já o estiver acompanhando, é hora de elogia-la;
· Durante o canto fazer pequenos gestos de regência;
· A expressão facial deverá ser sempre alegre, incentivadora...;
· É sempre bom lembrar que a base para cantar bem está na respiração;
· A função do cantor é ensinar a cantar. Não se canta apenas com a boca, mas com todo o ser. (MLB nº 248).
Cantos processionais
A função do canto de abertura, inserida nos ritos inicial, cumpre antes de tudo o papel de criar comunhão. Seu mérito e de convocar a assembléia e, pela fusão das vozes, juntar os corações no encontro com Cristo Ressuscitado.
A vantagem do povo responder com um refrão a alguns versos , entoados por um cantor ou coral (ministério da música), é a de os fiéis mais livremente poderem olhar para a procissão de entrada dos ministros, às vezes precedidas pelas crianças da primeira eucaristia, pelos jovens a ser crismados, noivos, etc. (MLB nº 313).
O que se diz do canto da entrada, vale igualmente do canto das oferendas e da Comunhão (cf. n. 74 e 87). No capítulo sobre as adaptações, entre as atribuições das Conferências dos Bispos está também a aprovação dos textos dos cantos da entrada, da preparação das oferendas e da Comunhão (cf. n. 390).
Comparando estas exigências com a prática entre nós parece que ainda estamos longe do que se pede. Isso nos faz refletir sobre a diferença entre o canto litúrgico e o canto de animação. Uma coisa é o canto de animação usado na catequese, na Pastoral da juventude, em encontros da Pastoral da família, ou em outros encontros, inclusive em shows de música religiosa. Aqui há lugar para os "Padres cantores" no ministério da Evangelização, ainda que para isso não precisem ser padres. O canto é litúrgico quando está a serviço dos mistérios celebrados ou quando evoca e leva a viver o mistério celebrado.
Até hoje no Brasil se deu muita liberdade aos compositores de textos para o canto litúrgico. Os Encontros de Canto pastoral incentivaram músicos a comporem melodias para textos mais diversos. Caminhou-se muito. Por outro lado, a CNBB foi acompanhando todo este processo através da promoção de estudos sobre a música e o canto litúrgico. Incentivou também a codificação do que se criou de mais válido nestes anos após do Concílio através da edição do Hinário Litúrgico em quatro fascículos. Por que a aprovação dos textos pela Conferência dos Bispos? Para garantir que os cantos realmente sejam litúrgicos. Parece que até hoje esta aprovação foi se dando através de um processo dinâmico de aceitação do que foi sendo produzido e, particularmente, através da elaboração dos Hinários. Creio, porém, que nesta matéria ainda há um longo caminho a percorrer, pois ainda não atingimos as exigências da Instrução Geral.
O canto de comunhão
O canto de comunhão visa, muito especialmente, a fomentar o sentido da unidade. É canto que expressa o gozo pela unidade do Corpo de Cristo e pela realização do mistério que está sendo celebrado. Por isso a maior parte dos hinos eucarísticos utilizados tradicionalmente na Adoração ao Santíssimo Sacramento não é adequada para este momento, pois ressaltam apenas a fé na Presença Real, carecendo das demais dimenções essenciais do Mistério da fé. (MLB nº 314).
Não é necessário que esse canto se prolongue, ininterruptamente, durante todo o ato de repartir o Pão do céu. Em certas oportunidades seria até vantagem interromper os versos por interlúdios instrumentais, tornando o canto menos maçante e favorecendo a interiorização.
O "Santo". - O que vale para o Glória e o Cordeiro de Deus, vale "a fortiori" do Santo. O Sanctus faz parte integrante da Oração eucarística. Constitui grande doxologia que abre o "Santo dos Santos" da Oração eucarística.
A santidade de Deus, o Deus transcendente. O aspecto luminoso do mistério. Depois, amajestade de Deus, bem como sua glória manifestada na criação: O céu e a terra estão cheios da vossa glória.
Ação de graças
O documento 49 recomenda o silêncio Sagrado, um memento de interiorização após a movimentação, a procissão da comunhão.
Dado que não é especificado nenhum texto particular, há campo aberto para a criatividade criteriosa. O mais desejável e proveitoso seria que esse canto fosse uma ressonância da Liturgia da Palavra.
O silêncio Sagrado
O silêncio. - A comunicação na Liturgia é globalizante. Expressa-se não só pela palavra. A participação ativa se faz através de todos os sentidos do ser humano: ela se realiza pelos olhos, pelos ouvidos, pela boca, o gosto, o olfato, o tato, a ação, o movimento e pelo silêncio.
Mas um silêncio significativo, um silêncio eloqüente. Por isso, a Instrução insiste sobre o silêncio, sobretudo após as leituras e após a homilia (cf. n. 136). E no n. 45 se diz:"Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.
Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na igreja, na sacristia e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios".
Observar, onde?
No início da celebração;
No ato penitencial;
Após o convite a oração;
Após a leitura e homilia; meditar brevemente o que ouviram.
Após a comunhão, etc.
Matrimônio
O casamento apresenta desafios e oportunidades particulares. É útil que uma diocese ou Paróquia tenham uma política definida a respeito da música para esse momento. Esta política devem ser comunicados a tempo aos nubentes, como parte normal de sua preparação, a fim de evitar crises e mal estendidos de última hora. Tanto o músico como o Pároco devem fazer todo o esforço para ajuda-los a participar na preparação da liturgia de seu matrimônio e compreendê-la bem. Às vezes, a música que lhes é familiar é a que foi ouvida na cerimônia do casamento de um amigo e que não é necessariamente adequada para o sacramento.
Outros sacramentos, partes fixas e orações da missa.
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